Andrologia

A palavra “andrologia” vem do grego andrós (homem) e logos (estudo) e refere-se à especialidade médica que se dedica ao estudo, diagnóstico, cuidado e tratamento da saúde masculina. Em muitos países, a andrologia é uma subespecialidade da endocrinologia; em outros (como o Brasil), a andrologia é atividade paralela à urologia. No entanto a prática moderna da andrologia prevê sua atuação como especialidade autônoma, dada sua crescente complexidade.

O cuidado com a saúde masculina deve ser amplo, englobando toda a atenção ao homem. Cabe ao andrologista o apoio à sexualidade, ao bem-estar geral e à função reprodutiva. Esses três pilares costumam envolver diversas situações médicas que pertencem à expertise do médico urologista: daí o fato de andrologistas serem urologistas por formação básica. Naturalmente, a andrologia compreende uma série de ferramentas diagnósticas e terapêuticas que são empregadas com grande frequência em consultório, estando as atividades cirúrgicas também presentes, embora com menor peso. Andrologistas são, por consequência, médicos de atuação primária em ambiente de atendimento ambulatorial, diferentemente dos uro-oncologistas, por exemplo, que têm sua atividade concentrada no ambiente cirúrgico. O cuidado à saúde masculina é realizado quase que totalmente no consultório médico, e não no hospital.

  • Sexualidade: atenção ao status da libido, à qualidade da função erétil e a problemas de ejaculação e orgasmo. É importante diferenciarmos bem essas possíveis zonas de problemas, uma vez que não necessariamente andam juntas. É perfeitamente possível ao homem apresentar algum tipo de imperfeição em uma delas, sem que haja problemas nas outras. O tratamento oferecido a cada uma dessas condições varia muito e existe muita confusão com relação ao tratamento de uma objetivando incremento de outra. Tratamento medicamentoso é a regra, com cirurgias reservadas a situações especiais (como casos específicos de disfunção erétil e doença de Peyronie).
  • Bem-estar: situações de queda da performance geral, envolvendo perda de foco, de cognição, de qualidade de sono e de desempenho profissional podem estar associadas à andropausa. A correção dessa condição pode e deve ser realizada, uma vez que dispomos de produtos e métodos seguros e eficazes. Diagnóstico preciso, exames especializados e tratamento medicamentoso (antioxidação com ou sem reposição de hormônios bioidênticos, por exemplo) compõem a rotina. Monitorização andrológica periódica é crucial para equilibrar resultado e segurança.
  • Função reprodutiva: o potencial fértil é resultado de um perfeito equilíbrio entre todas as funções biológicas do homem. A fertilidade do homem é entendida como um grande marcador da Saúde Masculina, dada sua extrema sofisticação e sensibilidade. Desarranjos de saúde geral podem levar à inadequação reprodutiva. Quando encontramos subfertilidade no homem, devemos concentrar esforços na busca da causa para afastar qualquer condição geral que possa levar a outros problemas. Foco no resultado é igualmente importante, e as ferramentas são diversas. Modalidades medicamentosas e cirúrgicas são empregadas com frequência semelhante. Conhecer o status reprodutivo da parceira é de suma importância para se definir o melhor caminho andrológico, uma vez que o andrologista será parte integrante de tratamentos de reprodução assistida, atuando em casos de azoospermia, correção de varicocele, reversão de vasectomia ou realizando a captura cirúrgica de espermatozoides.

    Dr. Guilherme Leme de Souza